A letra X com o seu som característico no meio da palavra é um terreno meio nebuloso para muitas pessoas, sendo que não há uma regra aparente, mas apenas é algo a ser aprendido por mera decoreba. No entanto há regras.
SOBRE O SOM DAS LETRAS E O NOME DAS LETRAS
Primeiramente, não é o X que tem som de CH, mas o CH que tem
o som do X, isso porque o nome da letra é xis. O X pode ter som
de Z, não o Z que tenha som de X, porque o nome da letra é zê, assim mesmo, com
circunflexo.
Daí nós podemos concluir que o C, tem o seu som
característico nas palavras cebola e bicicleta e que tem som de K quando
precede as vogais A, O e U.
REGRA DOS DITONGOS
A regra dos ditongos diz que sempre que a o som de X vier
depois de ditongo (vogal mais semivogal, ou vogal mais aberta mais vogal mais
fechada) haverá a colocação de X.
Exemplos disso são as palavras caixa, ameixa, peixe, feixe,
baixo, com as variantes: caixote, peixaria, enfeixar, abaixar, etc. Outras
palavras: Rouxinol, seixo, frouxo, trouxa.
Há exceções a essa regra, uma vez que se a palavra vier de
um aportuguesamento de uma palavra de origem estrangeira que usa o CH, o CH é
mantido em português.
Exemplo disso é recauchutar, que
vem do francês recaoutchouter, derivado da palavra caoutchouc. Caoutchouc
significa borracha e recaoutchouter significa literalmente emborrachar.
Também, dentro das exceções, está a palavra caucho, de onde
deriva o termo recauchutar, que é formada a partir de uma transliteração
para o espanhol de uma palavra de origem indígena.
Então, o termo recauchutar, nada tem a ver com o verbo
“chutar”, derivado de shoot (arremessar).
REGRA DO ME e do EN
É muito simples de ver na prática, palavras como enxada,
enxame, México, mexerica, enxugar, enxaqueca, enxurrada.
O problema dessa regra é que a partícula EN indica uma
derivação de palavras. Dessa forma, sempre que a palavra originária tiver CH,
não usa X.
Exemplos de derivação:
Encharcar – Derivado de charco, que é um terreno alagado.
Enchumaçar – Derivado de chumaço, que é uma porção de algum
material com características de fios, ou ramos.
Enchente – Derivado de encher que, por sua vez, deriva de
cheio. Muito embora o termo “encher”, pela regra, devesse usar o X, como deriva
de ‘cheio’, então deve ser usado o CH.
Há ainda exceções como mecha (pavio, rolo, etc.) que é
diferente de mexa (verbo mexer).
Deve-se entender o termo “estrangeiro”, como estranho ao
idioma português e não exatamente fora do Brasil. O idioma dos nativos
brasileiros é mais brasileiro que o próprio idioma português, no entanto é
estrangeiro ao idioma português.
Nessa categoria estão as palavras de origem indígena, sendo
de índios brasileiros, sul americanos, norte americanos, ou de outras
localidades, como Xavante, xaxim, Xingu, caxinguelê, etc.
Também algumas palavras de origem inglesa, principalmente
quando são grafadas originalmente com SH, como Xerife (sheriff), xampu
(shampoo), bruxa (brush).
Igualmente para palavras de origem afra transliteradas para
o português, como Xangô, maxixe, axé, Exu, orixá.
Para as palavras de origem árabe e asiáticas também são
aplicadas essas mesmas regras.
Algumas palavras de origem árabe são: xarope (sharab),
almoxarifado, elixir (al-Ashir), haxixe (hashish), Oxalá (in
sha Allah), xadrez, xaria, xaveco (xabbak), Xeique, Xeque-mate.
Algumas palavras de origem oriental: gueixa, ieboxi, mixo,
uruxi, xamã, dentre outras. No entanto, nem todas as palavras de origem
japonesa são afetas a essa regra, sendo que são escritas com CH: tachi,
Uchimono, Uchiva e algumas palavras como sushi são escritas com SH mesmo, sendo
incorreto escrever suchi ou suxi.
No caso das palavras orientais a regra é muito modular,
sendo que as palavras foram incorporadas em diferentes momentos históricos, por
diversas fontes, sendo as palavras utilizadas na bibliografia técnica
(culinária, por exemplo) com uma grafia, sendo recepcionada em português com a
mesma grafia desses livros.
PALAVRAS HOMÓFONAS
arrochar (apertar com força) e
arroxar (arroxear, tornar roxo)
brocha (prego, tacha) e broxa
(pincel grande)
chalé (casa campestre de estilo
suíço) - xale (cobertura para os ombros)
cheque (documento para pagamento) e
xeque (chefe muçulmano)
coxo (manco) e cocho (recipiente
para alimentar animais)
coxa (parte da perna) e cocha
(vasilha, cordões)
mexa (verbo mexer) e mecha (pavio,
novelo)
tacha (objeto pontiagudo) e taxa (tributação)
xá (título de antigo soberano do
Irã) e chá (infusão)
Dessa forma, há regras, exceções, sendo que na maioria das situações é possível resolver a dúvida com essas regras e, diante de uma situação nova, a função desse artigo é fornecer referenciais para acertar mais e errar menos.
Em língua portuguesa, quanto mais referenciais você tiver, tanto mais chances você terá de escrever certo, por isso que, além de estudar as regras e exceções, indispensável ler bastante e sempre procurar em um bom dicionário o significado das palavras (ler o verbete até o final) e usar de bom senso para utilizar as palavras certas, com o sentido correto nos momentos mais apropriados.
Dessa forma, há regras, exceções, sendo que na maioria das situações é possível resolver a dúvida com essas regras e, diante de uma situação nova, a função desse artigo é fornecer referenciais para acertar mais e errar menos.
Em língua portuguesa, quanto mais referenciais você tiver, tanto mais chances você terá de escrever certo, por isso que, além de estudar as regras e exceções, indispensável ler bastante e sempre procurar em um bom dicionário o significado das palavras (ler o verbete até o final) e usar de bom senso para utilizar as palavras certas, com o sentido correto nos momentos mais apropriados.
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